O uso do plasma rico em plaquetas (PRP) esta sempre sendo divulgado na mídia devido seu potencial de desempenhar papel coadjuvantes em uma variedade de planos de tratamento de medicina regenerativa1 e mais recentemente na cosmeatria (4) (área da dermatologia tratamento e prevenção de problemas estéticos na pele)(1).
A terapia com PRP é com base no fato de que os fatores de crescimento de plaquetas (PGFs) suportam as três fases de cicatrização de feridas e cascata de reparação (inflamação, proliferação, remodelação). Diante de uma necessidade global não atendida de estratégias de reparo tecidual para tratamento de distúrbios musculoesqueléticos e da coluna vertebral, osteoartrite e pacientes com feridas crônicas complexas e recalcitrantes, geralmente em paciente com risco cirúrgico alto, há uma procura recorrente por esse tratamento.
O PRP é um componente do sangue e seu manuseio e seu uso devem seguir as normas aprovadas pelo Ministério da Saúde.(2) O termo PRP engloba uma série de preparações de sangue autólogo que foi centrifugado com o objetivo de aumentar a concentração de plaquetas. Há uma falta de padronização e classificação quanto às técnicas de preparo; consequentemente, não existe consenso sobre as bioformulações de PRP, embora a literatura esteja de acordo sobre as concentrações de dosagem plaquetária eficazes necessárias para facilitar a (neo) angiogênese e questionam se a presença do leucócitos no produto pode ser coadjuvante1. Entretanto, por não existir uniformidade nesse preparo o que, associado a características individuais, faz com que se tenha produtos diferentes, o que dificulta a avaliação técnica dos trabalhos científicos já publicados.(3)
Apesar da grande utilização do PRP em diversos países, os estudos publicados até o momento não foram capazes de comprovar a sua eficácia terapêutica robusta.(2) Por esse motivo, em 2015, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma nota técnica na qual informa que considera “a prática do uso do Plasma Rico em Plaquetas (PRP) como experimental no tratamento de doenças musculoesqueléticas e outras anunciadas” e m 2019, O parecer CFM nº 32/20194 também reiterou a utilização do Plasma Rico em Plaquetas em Dermatologia como experimental, “restringir o uso do PRP à experimentação clínica, dentro dos protocolos do sistema CEP/CONEP, a ser conduzida em instituições devidamente habilitadas para tal fim e que atendam às normas do Ministério da Saúde para o manuseio e uso de sangue e hemoderivados no país.”(2). Então, no Brasil não pode-se utilizar PRP fora de pesquisas clinicas, devidamente registradas e não pode ser comercializado.
Espero que tenham gostado.
Até a próxima.
Equipe Erytro.
Bibliografia:
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Everts, P.; Onishi, K.; Jayaram, P.; Lana, J.F.; Mautner, K. Platelet-Rich Plasma: New Performance Understandings and Therapeutic Considerations in 2020. Int. J. Mol. Sci. 2020, 21, 7794. https://doi.org/10.3390/ijms21207794
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RESOLUÇÃO CFM nº 2.128/2015 disponível em https://sistemas.cfm.org.br/normas/arquivos/resolucoes/BR/2015/2128_2015.pdf acesso em 09/03/2021
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Garcia F.L. et al. Preparation Methods and Clinical Outcomes of Platelet-Rich Plasma for Intra-articular Hip Disorders. The Orthopaedic Journal of Sports Medicine. 2020 DOI: 10.1177/2325967120960414
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Parecer CFM nº 32/2019 – EMENTA: A utilização do Plasma Rico em Plaquetas(PRP)em dermatologia deve se dar no contexto da pesquisa clínica e aguardar novas evidências que comprovem segurança e eficácia, segundo os critérios do sistema CEP/Conep. link: https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2019/32